Depois do poema
onde me inventaste
na enormidade dum verso
Depois do poema
que procuravas
e onde me encontraste e quiseste
na simplicidade das palavras
Depois do poema
... podem calar-se os anjos
internar-se silenciosamente os pássaros;
podem os pingos de chuva
multiplicar-se em milhões
crescendo os rios
fartando as fontes
que sentirei cá dentro
temperada
uma eterna primavera
de amanhecer claro
de sons, de cores, de aromas...
Sei e soube-me bem
o teu poema!
João Luís Dias