Quem és tu…
Andrajoso da vida,
Filho bastardo da desgraça,
Que vagueias entre caixas do lixo
Buscando restos da fartura desperdiçada,
E vives das esmolas dos teus pares
Antes, teus companheiros sociais?
Quem és tu…
Que há tão pouco tempo te rias, altivo,
Caminhavas com a elegância dos felizes,
Envergavas tecidos de belos matizes
de costureiros da moda, preço proibitivo?
Quem és tu…
Que te levavas pelas estradas da diversão
Nas férias de sonho.
Em automóvel de luxo, com emoção,
Navegavas no teu iate da prosperidade
Ou em cruzeiros, pelo mediterrâneo?
Quem és tu…
Que moravas em bela moradia,
Tinhas os filhos em colégios privados,
Empregadas, jardins, piscina e mordomia
E vestias camisas de seda, com brocados?
Quem és tu…
Vitima da fatalidade da vida,
Provocada pelos incapazes mentais
Ou talvez, de financeiros de ganância incontida?
Perdeste tudo
Até a dignidade vais perdendo,
Porque esta não é solidária com a fome!
Quem és tu…
Pobre ser humano que tanto tinhas
E agora nada tens,
Pensa bem nesse teu infortúnio,
Pois é uma lição de humildade
a ter na escola da vida.
José Carlos Moutinho