Hay, Cara-Pálida!
Eclodiu a crisálida
Cresceram duas asas
Nas minhas omoplatas.
(Coisa rara, minha cara)
Hoje eu passo na sua casa
Vou vadiar pelo imenso cerúleo
Num esforço imenso e hercúleo
Em trajetória, rápida, reta e rasa.
Primeiro vou tocar pontos estelares.
Depois irei beijar a face escura da lua.
Quando descer, percorrerei outros lares
Antes de chegar a varanda da casa sua.
E vou viajar entre as nuvens níveas.
Beber saborosamente da água do Nilo
No poente voarei entre raias sanguíneas
Ruminando os textos teatrais de Ésquilo.
E quando chegar vou beijar-te a boca
Ninar-te em meus longos-rios-braços
Num átimo levar-te para outros espaços
Seus cabelos ao vento, a sua voz rouca...
Entre o Céu e o Inferno a distância é pouca.
O Paraíso, diz a canção, está a dois passos;
Ah! Ali, sim, eu me aliviarei no seu regaço
E olhando-te nos olhos chamar-te-ei-te de louca.
E olhando-te nos olhos direi "bye" para "neura".
E beijando-te a boca chamar-te-ei-te de minha
Nos castelos de sonhos será a minha rainha
No Olimpo mineiro eu te chamarei de... Deusa!
Gyl Ferrys