Sinto-me enfermo ao diagnosticar certas reações...
O caráter ideal de uma relação é a temperança,
Contudo observo uma síndrome de arrogância
Entre contatos humanos das mais variadas esferas
E tal propósito apodrece os liames da solidariedade
Tão carcomidos por efeitos nefastos de interesses pessoais.
As guerras não estão restritas aos campos de batalha,
O convívio social da modernidade é aparato de lutas
Em que a peçonha dos mais fortes violenta os mais fracos
Que, indefesos, sucumbem e são atirados ao lamaçal das desgraças...
Bocas se fecham retalhadas por temor à perseguição,
Então a hipocrisia deita e rola fecundando a vaidade
Que, por sua vez, sacia a sede indomável da ambição
Já travestida pela exaustiva busca de um referencial
Travestido pelos átomos do poder, da cobiça e da maledicência...
Assim a humanidade caminha pelas profundezas do orgulho
Que reina soberano sobre os alicerces da fraternidade
E faz do recrutamento do indivíduo poços de crueldade
Levando-o plenamente ao desconforto de uma vida indigna
Que aniquila qualquer advento de uma possível ressurreição...
O mundo está oco... Maldade é lei e centelha de terror
Que transforma o intercâmbio pessoal em viadutos de objetivos
Num tráfego trevoso em que peculiaridade é a perdição
Que se encaixa numa vitrine de falsas aspirações...
A água que jorra da fonte encontra-se contaminada,
Bebe-se do sangue escravizado que é tertúlia
Para um exército de ímpios que não dorme... cochila!
Este é o universo que identifico como estepe
Da sobrevivência que grita e blasfema socorro
Perante as incertezas das horas na edificação de um mundo novo!