Poemas : 

PORÕES DA VIOLÊNCIA

 
OS PORÕES DA VIOLÊNCIA



Nesta cela horripilante suja e fria,
Que repugna e fere o meu coração,
Digna de qualquer cão feroz imundo
Sou astro, sob este teto e sobre este chão.

Pulsa nas artérias agitadas a solidão,
Revolto-me pela crueldade de todos,
Enfaro-me da violência que sofro,
Maldita cela que fabrica loucos.

Esta grade que amedronta o forte,
Esta podridão, que desrespeita o ser,
Em lixo me transformam e forjam-me.
Violento fico apenas pra sobreviver.

Suspiro vago, olhar rasteiro,
Imagino a vida e o meu erro.
Troféu de ferro que alucina,
Não chore filho, o meu desterro.

Era feliz, alegre e amava o mundo,
Tinha no coração a sede do amor.
Amava à vida e compreendia a todos,
Hoje resta-me a lembrança e a dor.

Criminoso fui não por natureza, mas sou
Produto sei, de uma burguesia decadente,
Sem liberdades e sem alegrias, na vida,
Sou o bagaço restante, de um delinqüente.

 
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Enviado por Tópico
TrabisDeMentia
Publicado: 25/04/2006 23:49  Atualizado: 25/04/2006 23:49
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 Re: PORÕES DA VIOLÊNCIA
Olá! Começo a crer que voçê sente para além das palavras e isso dói deste lado sabia? Que dor existe maior que a sua? Porque sofremos nós de desamores e outras supostas dores? A uma dor como a sua, nenhum corpo se habitua. Parabéns pelo texto.