Toda esta vida
Amei-te, amei-te sem saber
Foram longas caminhadas
Até enfrentar a nevasca
Enfrentei!
Para encontrar a Lotus
De um amor utopista
Mas nunca imperialista
Ao chegar a casa
A lareira só continha cinzas
Tu sentada na poltrona
Essa poltrona castanha e gasta
Pelo tempo...
O tempo por ti não passou
Apesar da tua idade
Continuas a ser a mais bela
Das ninfas sagradas
Por quem me apaixonei um dia
... Sem saber
Oiço os teus gemidos de dor,
O teu sofrimento arrependido
Mesmo assim não me deixas aproximar
Para te aconchegar
E amar-te uma vez mais
Com o meu coração endoidecido
Bruno Miguel Inácio