Sempre gostei de séries de TV. Desde os treze ou catorze anos acompanho-as. “Viagem ao fundo do mar” era uma das favoritas. Largava tudo quando ouvia os bips do sonar anunciando o início de mais uma aventura do almirante Nelson e do capitão Lee a bordo do Seaview ( naquela época chamava de "civil". Na minha concepção tratava-se de um submarino não militar).
Mais tarde voltou como “Voyage to the Bottom of the Sea”, isso já no final da década de 90, mas por incrível que pareça ainda lembrava de todos os capítulos exibidos há mais de dez anos.
Mesmo aficcionado, não gostava de todas não. “Terra de gigantes” demorou para atrair a atenção. Acho que foi por ter sido exibida em substituição a “Perdidos no Espaço”, na minha opinião, uma das melhores. São indeléveis as lembranças das aventuras dos Robsons, sem contar as impagáveis aparições do Dr. Smith, sempre tentando enganar o pobre do Will, para levar alguma vantagem. Ainda bem que havia o Robô, fiel companheiro e defensor do pequeno Will.
Por esses dias, fazendo “um tour” pelos novos canais ( ganhei um pacote promocional com canais de esportes e séries ), atraiu-me a atenção vozes e silhuetas algo familiares. Fixando a atenção, logo identifiquei a voz da senhora Hart conversando com alguém. Logo em seguida, o senhor Hart diz-lhe alguma coisa que iria fazer a respeito não me lembro do que. Fiquei um tempinho mais assistindo, sem muito interesse.
Lembrei-me que não gostava de “Casal 20”.Assistia por não ter outra coisa no horário. Achava uns chatos aqueles dois, certinhos demais. E superficiais, melosos, sem qualquer tipo de conteúdo. Não me recordo do senhor Hart ter tomado uma atitude que me parecesse digna de atenção e a "cara metade 20" concordava com tudo sem questionar. Nessa nova aparição, continuavam monótonos, repetitivos, os chatos de sempre. Lembro-me que salvava a série o mordomo e o cachorro. O Freeway, se não me engano. Alguns minutos mais do senhor e da senhora Hart e nada de aparecer o mordomo ou o cachorrinho.
Aqueles dois já estavam “dando nos pacovás”. Fiquei pensando: se moram juntos, por que um diz ao outro coisas tão banais como se fossem novidades? Será que não poderia ter dito na cama, no chuveiro, no café da manha... Tinha que ser ali, na floricultura, depois do almoço, de terem conversado um tempão? Daí foi que mudei de canal. Ainda bem que posso mudar de canal ( não sem antes dar uma última espiada para ver se o mordomo aparecia ).
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