Neila Costa
O rosto no pó,
espelha o meu
tornado
em águas
e não só.
Dolorida,
ao léu, a carne
deambula
condoída.
Sigo pelas ruas,
continuadas,
pelos dias insossos
sem sol,
pelas frias madrugadas;
vivo
como lua encoberta,
embrulhada em manto
de nuvens,
à chuva de sobreaviso;
vivo
de improviso,
sem caça e sem riso,
sem me conter;
vivo
por tuas lembranças,
por tua alma cândida,
cristalina,
sossegada,
rendida
aos campos infinitos
do céu;
vivo
como quem por dentro
vive do teu olhar que me lê,
nas paginas úmidas de saudade
de você.
Sou o Ontem vestida no Hoje
que no Agora em que transponho
sentimentos em algo real do instante,
transcrevo o que sou ou quem fui
fora de hora.
Sou o Eu Vestida nas Horas,
que escorre pelos Minutos
e Segundos que se vão afora.
Neila Cos...