Não se vive nas montanhas,
Assim como na Lua.
Desejar o que é distante,
Não cabe nas mãos.
Nada ter, é ser leve.
Livre em direção ao nada,
Ao vento sul que gela a alma.
Desejo o nada, o tédio, as estrelas.
O brilho pode ferir como navalha,
A escuridão: o próximo passo.
Viver e não viver, assim os dias passam,
Até o nada chegar.
Seremos todos iguais aos dias.
A espera das horas incertas do amanhã.
Poema e imagem de Airton Parra Sobreira