Tanto que passou desde os primeiros versos que escrevi!
Quanto Tempo passado, quantas lágrimas vertidas,
quantas vezes me «matei», tantas outras m'iludi,
entre escolhos, velhos cedros, tantas horas perdidas ...
Afinal, sinto que «morri», mas sei que renasci,
e de tantos versos que escrevi, fui crescendo,
minha Vida aumentando, só eu sei o que sofri,
e se por eles eu morri, nunca, nunca me arrependo!
Tanto caminho percorrido desde aqueles versos,
onde um dia, em menino, terno e doce,
alaguei a minha esperança, em mil sonhos, imersos!
O Pai que nunca tive ou a Mãe que me deixara,
foram pesos, solidões e desesperos,
d'uma pobre criança que a Vida abandonara …
Ricardo Louro
Junto à Tendinha
no Rossio de Lisboa
Ricardo Maria Louro