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Eu, poeta

 
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''Realmente não conhecia essa tua faceta!
Nunca imaginei que tu pudesses escrever!''

Toda a vitória tem um preço
e se não tem a vida coloca,
E se eu ganho no começo
logo perco alguém na troca,
E aí o meu coração sufoca
por não ver amor e fama
a viver dentro da mesma toca
a partilhar a mesma cama,
A minha boca não reclama
pelo custo de oportunidade,
Quando a maioria me chama
'bom demais para a idade'
Dizem não ser de verdade
sentimentos que me destruíam,
Fiz das palavras realidade
aquela que eles nunca viam,
E quando olhos se desviam
ninguém sabe do meu desmaio
Nem das lágrimas que caíam
sobre as teclas do meu Vaio,
Todo o ano era mês de Maio
e hoje sou quente como Agosto,
Agora eu já não ensaio
porque prodígio é o oposto,
E eu não estou disposto
a ver a minha mãe comovida,
Nem ter de lidar com o desgosto
de ver uma máquina dar-lhe vida
A minha ferida desenvolvida
deixará de ser uma miragem,
E dar-lhe o meu sangue convida
a nunca fazer uma tatuagem,
A sua vida será reportagem
na ausência da respiração,
Mando a fama fazer a viagem
contrária à minha direcção,
E serei para a tripulação
uma estrada sem caminho,
Porque ser poeta não é ambição
é maneira de estar sozinho.

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Autor
LuísDiogo
 
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