UBWAN
“Guarda no teu seio impoluto,
Guarda no altar de teus sonhos,
A nossa imagem de luto
No teu sepulcro tristonho”
Era 12 de junho de 2014,
A copa no Brasil prestes a iniciar.
O povo já vibrava pelas ruas,
A maior festa ia começar.
Foguetes já se ouviam aos montes,
O povo feliz a comemorar.
Antecipava no coração a vitória,
Todos queriam participar.
Os bolões pelas ruas brotavam,
Os palpites se cruzavam no ar.
Cada um marcava sua fezinha
Antes da hora do jogo começar.
De repente uma notícia me cala.
Ninguém jamais podia imaginar:
Que a grande festa daquele dia,
Pra muitos acabara de terminar.
Alguém na curva lhe tirou à vida
E fugiu sem ao menos lhe ajudar.
Não existe cárcere mais sombrio
Do que uma consciência a cobrar.
Fanny, você foi mãe amorosa,
Não sei nem o que lhe falar.
Rogo a Deus que lhe dê forças
E esta dor você consiga superar.
Entenda Fanny, que o mundo,
Não é um campo de lazer.
É uma escola de aprendizado,
Que às vezes nos faz sofrer.
Sei que sua dor é imensa,
Quem sou eu pra te ajudar!
Mas tenho amigos no infinito,
Com certeza irão colaborar.
Acredite no que vou dizer,
Não apenas pra te confortar:
Ele foi realmente um bom filho,
E você uma mãe espetacular.
De hoje em diante naquela estrada,
Naquele local será difícil passar.
Pois me lembrarei de você Ubwan,
Tendo a vida ceifada, naquele lugar.
Pela lógica da vida acreditamos,
Que os pais partem em primeiro lugar.
Quando um filho nos deixa primeiro,
E muito difícil entender e aceitar.
Mas se tivermos entendimento
E conseguirmos compreender,
Saberemos que tão logo, logo,
Juntos estaremos felizes à viver.
Felizmente Deus na Sua misericórdia,
Faz-nos sofrer, mas também conforta.
Preferiu-o feliz e sem dor no Seu reino,
Do que atrelado a aparelhos sem volta.
Gostaria que este poema, Fanny,
Aliviasse um pouquinho o seu coração.
Foi a única forma que eu encontrei,
De transformar minha dor em oração.
Saiba Fanny e toda sua família, que nós também estamos partidos. Pedimos a Deus e aos bons espíritos que nos confortem a todos. Nosso abraço fraterno.
Seu amigo:
Antônio Antunes Almeida
A primeira estrofe não é de minha autoria e não sei de qual autor, mas a coloquei porque é de muita beleza.