Poemas : 

Trilhos

 
Como o vento que me bate no rosto,
Procuro em ti um encosto.
Um luar em noite de lua nova,
Quando os barcos atracam, por fim, no cais.

Não vens. Nem sei, tão pouco, por onde vais,
Quando o sol sadio morre pela lua.

Cresce em mim a certeza.
Como a frieza fermentada pelo norte.
A certeza de que sou tua.

E o que sou eu no teu caminho?
Uma gota de orvalho arrefecido?

Sigo os trilhos da minha sorte.
Abro a cama. Tentando calar a boca,
Encolho-me num abraço ausente, teu.
Mas a razão engana-me, dizendo que é meu.

E tu não dizes nada. Estarei louca,
Semeando uma quimera?

Não a oiço mais. Sei que me engana
Cerro a minha mão na tua, que me espera.

E perguntas-me o que sou.
E eu desenho-te nos lábios uma chama
E segredo-te ao ouvido:
“Sou aquela que te ama”

 
Autor
Earnshaw
Autor
 
Texto
Data
Leituras
817
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/01/2008 15:21  Atualizado: 21/01/2008 15:21
 Re: Trilhos
QUEM SEMEIA QUIMERAS NÃO É LOUCO, É GENTE COM SENTIMENTOS...BJ