Sonetos : 

CREPÚSCULO

 
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[size=large]O crepúsculo tem sido tema de poetas e de artistas. Estou a lembrar-me, por exemplo, do encantador soneto “Crepúsculo” de Florbela Espanca e do belíssimo poema “Entardecer” de João Cardoso; chegam-me também à memória as belíssimas pinturas retratando o crepúsculo de Jorge Adelar Finatto ou o belísimo quadro “Crepúsculo em Veneza” de Claude Monet.. Com este poema que apresento agora, eu junto-me a todos esses grandes poetas e pintores que cantaram e retrataram este tema. Junto-me a eles mas… só em número, não em qualidade…


Explicação do poema:
Neste poema, o autor começa por apresentar, nas duas primeiras quadras, os sinais, os factos que anunciam o fim do dia e o princípio da noite: “… Vai-se o Astro-Rei a pouco e pouco se apagando… … Acendem-se mil estrelas que nos olham docemente…”

E no 1º terceto do soneto, o autor lamenta não poder voar…
“… Ah! Pudesse nesta hora eu ser tão leve p’ra voar!”
E voar para quê? Para onde? Para cruzar, rapidamente, oceanos, sobrevoar montanhas, cidades, o mundo, para levar a todos aqueles cuja vida já não tenha ”dia” (alegria, felicidade), para levar a essas pessoas nesse “dia” que findou, um novo “dia” que lhes traga a felicidade e a alegria que se apagaram…

E o autor termina o soneto dizendo que gostaria de “acender” de novo aquele “Sol” que ele viu “apagar-se” para iluminar as almas daqueles que já a têm escurecida e para que as esperanças daqueles que já não as têm se voltem a reacender…
“… Ah! Se eu pudesse reacender esperanças apagadas…”



CREPÚSCULO

Pinta-se o horizonte de vermelho lentamente,
Vai-se o Astro-Rei a pouco e pouco se apagando;
Regressam gado e aves aos abrigos sossegando;
Lançam-se os morcegos aos céus alegremente.

Esvaem-se as silhuetas como barcos naufragando,
Um silêncio vago cobre a terra já dormente;
Acendem-se mil estrelas que nos olham docemente,
Há luzes já acesas e fogueiras fumegando.

Ah! Pudesse nesta hora eu ser tão leve p’ra voar!
Voar em montes e em vales, cruzar os rios e o mar...
Para abrir um novo dia em cada vida esmorecida.

Ah! Se eu pudesse reacender esperanças apagadas,
Trazer de novo à tona as alegrias naufragadas,
E acender um novo sol em cada alma escurecida!



Helder Oliveira
(Helder Ferreira de Oliveira)








-- Helder Oliveira --
(Helder de Jesus Ferreira de Oliveira)


 
Autor
HelderOliveira
 
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