Poemas : 

Calada espera

 
Uma sala. Um vácuo ofuscante.
Escorre-me um suor frio;
Um cansaço crescente, um vazio.
Esmaga-me, a culpa da índole errante.

Ouço-me balbuciar uma palavra confiante.
Porém, débil, de tom verde apagado.
Completamente extenuado.

As horas (sorriso amargurado) –
O suplício acostumado. Amuo.
Impossível evitar o aperto que advém;
O tempo de sobra para o recuo –
O divagar laminado que dilacera.

Ocorre-me que, na minha calada espera,
(ainda) te percorro com o olhar espelhado.
E tu, veloz e cavalgante, além,
Voltas-te. Acenas. Atiras o beijo.
Aquele que nunca vem.

 
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Earnshaw
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