Tenho que admitir. Ninguém sabe como pendurar um terno com essa perfeição, assim como quando vai até a janela, já sabendo de antemão que vou ter asas para voar ao sol poente e atingir a última fronteira celeste.
Meus rascunhos ficaram completamente abandonados, todos circulando na companhia de pássaros, alguns de bicos aduncos, outros nem tanto assim. Tanto é que, das nuvens posso ver você, já que o céu sempre foi meu verdadeiro lar. Só que costumo sempre deixar a janela aberta por que, para mim, o mais importante é o amor verdadeiro.
Saiba que o cabide correu atrás de mim, esquecendo-se do vento e de me dizer algo sobre a geada que se aproxima e sobre os olhares dos cegos refletidos nos vitrais de todas as antigas torres. Imediatamente é de se descongelar com as mãos limpas, lápis preto na paisagem simples, bucólica até neste fundo branco.
Como pode ficar imóvel na floresta sonhando com troncos e ramos em estagnação sem esperar o sol deixar gelado o coração do pássaro azul ? Pobre eternidade! Sem sons na parede branca! Sem amigos entre os pássaros da mata.
Você bem sabe que estamos no inverno, quando o fluxograma dos esboços é bem mais fácil de ser negado que admitir dicas de como andar na neve. Deveria deixar aberta a porta do ônibus e fechar o chuchu na mão quando disser tchau e beijar as bochechas da menina rechonchuda.