Frio do mês de agosto
lembro-me dos amigos
Bebendo um bom vinho
Que chega a me dá gosto.
A lua refletida na lagoa
O céu cheio de pirilampos
Bêbados ensaiando cantos
Mas tudo de leve, numa boa.
Muita lenha na fogueira
Batata pegada na roça
Assando e a velha viola
Tocando a noite inteira.
E rolava uma brincadeira
A brincadeira da verdade
Cada pergunta uma asneira
Geralmente uma curiosidade
A respeito da sexualidade
Do que já tinha feito fulano
Quando, com quem, qual ano,
Delatando assim a privacidade.
Subia o vinho, criavam-se asas
As vozes todas aumentavam
Faíscas que saíam das brasas
Tudo e todos se alegravam.
Hoje mundo moderno, sem graça,
Todo mundo interligado e desligado
Todo mundo preso dentro de casa
Ah! Quantas saudades do meu passado!
Gyl Ferrys