No dia em que caí no teu laço
No visgo que você me colou
Me vi presos aos teus braços
Quando você me chamou de amor.
Não pude resistir aos afagos
Dos olhos meigos e brilhantes
Nem ao roçar dos rubros lábios
Dos beijos tantos e adoçantes.
Das tardes de amor no relvado
Embaixo de um velho arvoredo
O mundo parecia estar parado
Assistindo o matar dos desejos.
Até o vento se calou, abismado
As fontes morreram de medo
Os rios subiram para o espetáculo
Quando viram os milhares de beijos.
Até o Céu ficou com algum receio
Quando viu o amar insano e intenso
Os bichos dos matos ficaram tensos
Quando eu desvendei os teus seios.
Os deuses se mordiam de inveja
Ao assistir eu te deflorando inteira
Nosso travesseiro e cama era relva
E muita gostosa era nossa brincadeira.
E o sol se foi banhar nas águas do oriente
O céu deu lugar para o manto de estrelas
Sossegados com nossos lábios dormentes
Nus, dormimos agarradinhos a noite inteira.
Gyl Ferrys