Olho-me sempre no espelho,
Mas não me permito perder a imagem,
Sei que a língua portuguesa flutuou no Lácio
E que também perlustrou o Simbolismo gótico.
Meus pulmões trabalham a todo vapor
E não preciso dos Alpes para consertá-los,
Estou sempre atento e com zelo tanto
E racionalismo poético para mim não é espanto.
Realmente são muito belos, deveras
Os anos que marcam o despontar da existência,
A alma é perfume, a vida é excelência
E no madeiro braços abertos pedem perdão...
As coisas do cotidiano não sabemos onde as pomos,
O mar é lago sereno, a flor chora na fonte,
Se em ouvir estrelas garimpo diamantes,
No verde das paisagens exponho minha saga.
Nega Fulô é altruísta, é fonte de inspiração,
Por isso quando há pedras em meu caminho,
Não significa dizer que eu vá morrer amanhã,
As elegias que escrevo são cantos de liberdade!