Era tarde, tão tarde,
que quando nos vimos
era tarde demais ...
Tu eras d'alguém
a quem não amavas,
eu de ninguém,
porque só, te esperava ...
E que espera tão bera,
que por cousa de meses
quase que chegava
a ter teu amor.
Ó Deus quem me dera!
A sorte foi d'outro,
que antes de mim,
solene e absorto,
te deu outro fim ...
Era tarde, tão tarde
que a esperança de amar-te
morria de alarde.
Quem a podia calar?!!
Era tarde! Tão tarde!
Que a noite chegou - tudo acabou ...
E que fazer além d'abalar?!...
Ir como quem abalou!
Deixar de te amar!
E só ... de novo ... chorar...
Ricardo Louro
no Chiado
P.S. Por vezes chegamos tarde demais à Vida uns dos outros - que pena ...
Ricardo Maria Louro