... «..hoje morreu um poeta
E a carne morreu esquecida
Como esquecida viveu
Silêncio, hoje morreu um poeta
Que espalhou rimas da vida
Nos poemas que escreveu»
Rui Manuel
UM POETA
( à SOLI)
Hoje, logo de manhãzinha
Ao tomar o meu café
Ouvi na rádio este fado
De que transcrevo uma parte
E, minha cara Soli,
Me entraste na cabeça
A dizer:
Não te esqueças
De que também és poeta.
Olha, querida.
Não sei bem o que é ser um poeta.
Desde Goeth à Florbela,
Desde Camões a Bocage.
Só sei que todos cantaram
O que na alma encontraram
Para expressar sentimentos.
Passaram anos e ventos
E em suas rimas ficaram.
Olha Soli, meu amor,
Olho p´ra ti a p’ra mim
Eu chego à conclusão
Que um poeta como eu e tu
Não passa de um criador
Que transforma numa rima
Todo o sofrimento e dor
Num hino grande ao amor.
Eu julgo, minha querida,
Que um poeta na vida
Também é um malfeitor
Pois transforma um grade amor
Num mar imenso de dor.
Transforma ainda a saudade
Num mundo de felicidade
E o longe, num já ali
E em coisas que nunca vi:
Sorri quando sente dor
Por estar longe do amor:
Chora quando está contente.
Sorri para toda a gente
Quando sua alma chora
E quando ao romper da aurora
Se vê sozinho na cama
Chorando por quem ele ama.
Meu amor por ti nasceu
Quando escreveste «Esta Noite»
E isso a mim acontece.
São coisas de um grade amor.
Por isso te digo, Soli
Um poeta é criador.
17/6/14
Dedico à Soli pela leitura que tenho feiro a alguns de seus poemas e pela sua amisade