Rendo-me, não ao toque subtil, e fugidio
Destas janelas/pedras , ainda fechadas: Que horas são ou serão? “perguntam -me”: E Se calhar ainda são horas de voltar a dormir, diz-me o gato .
Estou surpreso. Pausadamente. Bem pensado melhor agendado e tudo saia, onde todos fazem e bem. Pensado…
Sim! Há um escarcéu no ar, único e que consigo observar, pois que aqui, já foi fora e dentro, uma crónica de gritos fora de horas, - que diz aquele, lá em baixo, acenando exaustivamente para nós, perto de uma janela solarenga, que tacteia o verdete das coxas mortas?
Sombras de sombras, que consigo observar, pois que aqui, já fomos todos
Namorados e tentativas falhadas, como numa TV, a preto e branco, onde tudo surgisse da nossa devoção e entrega, sem pensar nos amanhãs. Submerso em mim, conquanto tudo o que nos rodeia, por uma vontade própria: chamar-lhe-ia o arrepio dos factos, ante a evidência dos não factos, pois que de um lado ao outro se agrupam nas janelas ainda fechadas, moscas e abelhas tontas suprimindo o vácuo do vidro, que morreu há instantes (embora para mim que tudo tenha sido pessoas - os meus versos -, que lá mostram as falhas nossas, a nada
Senhor, dos mundos aparentes: quem terá já bebido, da boca pingando,
Da torneira de décadas?). Há quem sofregamente beba destes degraus, até tocar-lhe com o fio dos lábios, que assumem o frio, que lhes vai da cabeça aos pés.
Jorge Humberto
11/06/14