Há em minha alma um sonho insepulto
Sequioso de amar pelas entrelinhas da poesia
Já que o mundo arde labaredas, ama de covardia
E faz da criatura fantoche de pseudo culto.
Meu senso de amor é ingênuo folgar de carícias
Que traz da sofreguidão o êxtase que enternece,
Mas a vida toma do infortúnio o estresse
Numa leva de hipocrisias adornadas de malícias.
Meu amor eclode em palavras vitaminando estrofes
Que saciam venturas sublimes, driblam entorses
E permitem que os poemas alimentem o vazio...
É a arte produzindo o amor do mundo crônico
Que ainda não pereceu, dorme, bebeu distônico
Para não mais assistir às barbáries sem estio!