nesta madrugada...
Abraçando-me, ela, minha amada,
Dois morangos mornos, rubros,
Põem-os na minha boca, lambo-os
faróis acesos...
Perdido em teu corpo, meus
Olhos presos,
Guiam-me à tua boca, dois
em teu paraíso...
Escorrego em teu corpo, em teus seios deslizo, preciso,
Em teu umbigo impulso-me,
Mergulho
roçando em minha boca?
Chamas-me de devasso, guloso,
Como uma louca...
Mas como ignorar duas pêras, dois morangos,
tão doloroso?...
Sofro de uma dor infinda, insana, que
Deixa-me morto-vivo, penoso...
Porque o amor é assim,
fujo da dor...
Embrenho-me na solidão...
Fujo ignorado pelo amor,
Deixo-me engolir pela escuridão,