Ó homens,
Esperavam mesmo ver algo bonito,
Ver a ternura de um poema bem escrito?
Sem que jamais delineasse a tua cobiça
Do poder que desde sempre te enfeitiça?
Desejam mesmo ofuscar toda a tristeza
Insistindo em tanta coisa que entristece?
E ainda estranha este poema sem beleza
Que tanto insiste em retratar o que acontece?
Pois enquanto o mundo estiver em meio
Da feiura, da sujeira de todos os seus atos
Muitos dos versos fugirão da beleza, ingratos
A descrever-te em um poema sujo, um poema feio.