Amei a última eloquência dos teus lábios
Sulcados pela irreverência de tons sábios
Espargidos por cartilhas onde se lê amor.
Senti nos derradeiros dons da madrugada
A apoteose de uma pele pura e nacarada
Vestida de simbiose para naufragar a dor.
Guardei do teu orvalho o cintilar do brilho
Que me enlouquece o prazer e onde trilho
Em busca da sensualidade que é só magia
Perante o devaneio ébrio que me acaricia.
Afoguei-me nos vagões da solidão sentida
E me deixei adormecer e despertar na vida
Impulsionado pela paixão que faz do libido
Um néctar de saudade deveras consumido.