Avó, não fique assim prostrada,
cheia de medos a rezar por mim!
Aos pés-de-Deus, permaneça sim, ajoelhada,
apenas numa entrega d'Amor sem-fim ...
Sem fim e sem começo, pela fria-madrugada,
sempre a vi rezando assim ...
Tristemente murmurando, Nada,
ó Deus, nada mais existe em mim!
E que dizer ao ouvi-la tão magoada?!
Entre penas, a chorar, aqui eu vim,
mostrar o quão foi por mim amada!
Pois sempre guardarei sem fim,
a imagem, junto à cruz, ajoelhada,
da Avó amada de oiro e de cetim ...
Ricardo Louro
no Chiado
À Avó Clarisse.
Esposa, mãe, amiga e Avó extremosa ...
Ricardo Maria Louro