Mondam os campos, ceifam trigais,
colhem lamentos, dão Vida à jorna ...
E porque tristes, tristes mondais,
vetustas, dolentes, mondadeiras d'Alorna?!
Nobres Mondadeiras na eira cantando,
penas, angustias, tremendo d'Amores,
não cantam, não choram, lá soam rezando,
à Virgem tão Pia, Senhora das Dores ...
Lá vai num andor repleto de flores,
cada flôr tão viçosa é um breve desejo,
daqueles que a levam pelo quente Alentejo ...
Passou a Procissão pela densa Seara!
E as Mondadeiras de sempre, agora d'Agosto,
voltam à monda colhendo o desgosto!
Ricardo Louro
no Estoril
Ricardo Maria Louro