“Se espelho eu fora, a imagem tua, amigo,
Tanto não refletira claramente,B
Quanto às idéias na tua alma sigo.
Agora iguais me estão surgindo à mente,
Concordes tanto nas feições, em tudo,
Que um parecer entre ambos há somente.”
A Divina Comédia - Inferno - canto xxiii
Maldito é, ó espelho, fazer-me recordar todos os dias
que ainda vivo neste mundo chão, repleto das provações.
Cruel! Não tens ao menos sagacidade para esconder-me,
falir-me temores, todos fixos naquele reflexo revelados.
Eis! Conforta-me os olhos, confunde a sensatez da alma,
pois carece de perspicácia a distinguir o real-virtual.
Vendo ali refletida, mesmo que falaz, imagem benéfica,
afável é, aprisionada no ponto-cego do plano de cristal.
Pois é à vista das autenticas imagens, tenho-a combalida,
de alguma forma, por breves momentos, urge dissimular.
Ah! Essa vã esperança de ludibriar esquivos sentimentos,
ver em ti, sem repulsa, aquele que deveria ser eu mesmo.
Então, dissimulado, ledo respirar como detentor bendito,
do inferno ao Eden escoltado, amo-senhor de paz-sideral.
versão para palms, smarts e vistas cansadas
Maldito é, ó espelho, fazer-me recordar todos os dias
que ainda vivo neste mundo chão, repleto das provações.
Cruel! Não tens ao menos sagacidade para esconder-me,
falir-me temores, todos fixos, naquele reflexo revelados.
Eis! Conforta-me os olhos, confunde a sensatez da alma,
pois carece de perspicácia a distinguir o real-virtual.
Vendo ali refletida, mesmo que falaz, imagem benéfica,
afável é, aprisionada no ponto-cego do plano de cristal.
Pois é à vista das autenticas imagens, tenho-a combalida,
de alguma forma, por breves momentos, urge dissimular.
Ah! Essa vã esperança de ludibriar esquivos sentimentos,
ver em ti, sem repulsa, aquele que deveria ser eu mesmo.
Então, dissimulado, ledo respirar como detentor bendito,
do inferno ao Eden escoltado, amo-senhor de paz-sideral.