Poemas : 

Sonhos sobre a eternidade

 
Nestes sonhos sobre a eternidade,
de um medo de nós,
mas... Mas, quem poderá saber,
o existente para lá da nossa escuridão?

Sou crente neste preto, que um dia virá,
em meu inchaço do vazio,
sem ar, sem uma circulação, sem uma movimentação,
medo tenho destes senhores da realidade,
sem medo estou para esta hora que irá chegar.

Assim acredito, que com estes senhores,
no meu preto eterno, sentirei a paz,
sem sentir, sem ouvir, sem tocar.

Morte doce morte, morte fria morte,
vós que és um dos senhores dos meus sonhos,
para sempre serás a sombra, caminhante a meu lado,
uma deusa de viver, sem pensar num futuro,
por que este dia do amanhã, é como uma noite rodeada de nevoeiro,
onde estamos dentro, e em que podemos perder mais um paço.

Esta passagem cabe a todos,
uns meros poetas, outros meros músicos,
uns meros doutores, outros meros pedestres,
das estradas sem destino, em que nunca poderemos esquecer,
que o melhor aluno é feito na rua,
os melhores professores são aqueles que tiveram
uma vida dura.

E vamos neste incerto, e vamos sonhando,
assim é uma força para alcançarmos algum lugar,
não pensam no quando vamos, mas pensam no onde estamos,
num segundo poderá ser o fim, em milésimos poderá ser um final,
para um adeus da vida, para um adeus aos sonhos,
para uma caída de uma torre,
que nem sempre estamos no topo, nem sempre somos senhores,
a indiferença é na transparência e em todo o mais,
que somos a semelhança de uns e outros,
figuras dominadas, em medos de sermos esquecidos,
nesta passagem que construímos.


Hugo Dias 'Marduk'

 
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HugoDiasMarduk
 
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