Senhor
Sem saber onde moro, onde estou
vou caminhando só, tão pobremente
e julgo que se vive alegremente
quando se esquece tudo que se amou...
Lá ao longe canta a mocidade
bandeira erguida em gestos imponentes
vejo os jovens morenos e ardentes
mostrando ao mundo a sua heroicidade
Senhor! Que sonhaste dar-me vida
que me deste saúde, pão, fartura
transforma a minha dor toda em espuma
e dá-me a minha rota já perdida
Porque há Senhor tanta desgraça
tanta dor, tanta fome, tanto fado
tanta mancha, tanta poeira ardente?
Talvez fosse o homem mau, cruel
que transformou a vida toda mel
num caminho que se anda amargamente
Maria Helena Amaro
Braga
12/06/1952
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2014/06/senhor.html
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