Pudesse expressar pelas palavras
O que eu sinto aqui, por dentro,
O dicionário seria um rio pequeno
E um oceano seria a minha fala.
Ah, iam ver como eu tagarelava
Iria lamentar a ausência das brisas
Lembrar do tempo em que eu velava
Os teus sonhos nas noites mais frias!
Iria explicar o motivo pelo qual o Amor
É um eterno menino com vistas vendadas
O motivo pelo qual a estória se repete
Porque nunca ele ultrapassa a idade dos sete.
O porquê ele é um ser alado e sempre desnudo
Da mira que tem, do poder feroz das suas setas
Pois o Amor menino, sem razão, pode fazer tudo
Inclusive fazer um mecânico se tornar um poeta.
Mas também quem não é poeta nos dias atuais?
A Natura nos brindando com as belezas naturais
Os montes redondos das terras ricas das Minas
Os olhares maliciosos das mais bonitas meninas.
Fico a lembrar do poeta que tinha amor e medo;
Como temer o amor, repulsar nossos desejos
Se o que alimenta é a lenha de poderoso fogo
E quando não se come cru, se come morno?
Por isso não sei me expressar em palavras
Aquilo que carrego aqui, no âmago, por dentro.
Deixo então liberto e solto os meus pensamentos
E fico me deleitando lembrando de ti, minha cara...
Gyl Ferrys