Meu pensamento perdeu-se na multidão,
Assim me tornei escravo da insolente caatinga
Que devora vidas e deixa estéril o sertão
Onde sobrevivente é estepe duma existência ranzinza...
O solo é árido, a água do olhar não sacia fome,
Junta-se ao tempo inclemente a poeira que infecta
O calabouço do organismo doentio e sem nome
Bronzeado pelo sol da morte, peçonha concreta...
A desfaçatez humana é analogia com o inferno
Que sacrifica inocentes, subleva os ternos
Em que fingimento é amargor indócil desta bravata...
O espaço é hediondo, logo ficará deserto...
Resta o sonho... Esperança que, decerto,
Veste o sertão de hidrografias e cataratas!