Foi num tempo que passou
Que escrevia cartas de amor
Como Pessoa dizia, ridículas!
Foi num tempo que passou
Que estava vivo
E o tempo era meu.
Era tempo de uma vida ou de uma hora,
Tempo em que não precisava de caminhar
Para percorrer o sentido do teu olhar.
Foi-se o tempo e agora vou
Procurar-te entre a multidão
Seguindo o som do meu coração
Eu sei onde te encontrar.
Agora vou atrás da noite
E daquela voz doce que me sossega
Daquele olhar que me queima
Daquele beijo breve onde as línguas quase não se tocam
E as borboletas voam
Sabes bem do que falo,
Foi-se o tempo e agora restam as memórias,
Memórias de um tempo que se foi
E onde as borboletas ainda voam.
C. A. Wednes