Ó, minha amada, flor mais bela
Da madrugada... Abra a janela
Deixe penetrar perfumes dos lírios
E as canções que te fiz em delírios
Brotadas nas profundezas dessa caverna
Do meu, que é todo teu, coração!
Ouça, amada, as notas da canção
Dedilhadas entre estribilhos e prantos
Flutuando manso pelo ar, sendo espaço,
Fazendo peixes sorrir, e dormir os pássaros
Das escarpas montanhosas e dos matos...
Decanto todo amor contido em mim
Estendo-o em cama de camélias e jasmins
Em deleite lascivo perdido entre os cheiros
Das ervas silvestres e das folhas do limoeiro!
Corpo nu estendido em um desnudo e rígido rochedo...
Arrancaste os espinhos que tinhas cravado no peito
Tiraste a dor que punge, que machuca e me mata
Afastaste o mal que um dia alguém tinha me feito
Tocando com teus dedos dos pés, as minhas omoplatas,
Cobrindo meus ombros da saliva boa dos teus... Beijos!
Gyl Ferrys