No clima,
livre da clomipramina,
fiz o princípio,
coisa mínima.
Em crise feia
de paraneia esquizoide
com garra fiz o céu e a terra
ofegante em apneia,
façanha de homoide.
Depois criei a lua e o sol,
com categoria,
tomado pela megalomania,
sem mais avisos,
dos seus olhos fiz o luar,
dos sorrisos, o calor do sol,
tudo em momentos precisos.
Em analogia, sem cautelas,
da voz fiz milhões de estrelas...
Nesta minha manhã
em pranto,
depois de tanto alprazolan,
ao seu redor,
sem luz própria, decaído titã,
sem calor,
reles copia, sequer respiro.
Como satélite,
astro miúdo,
giro, reviro, suspiro,
mísero pendente agudo,
dependendo de você para tudo.
[e ronronando feito gatinho felpudo]