Todo o tempo do mundo cabe em verso,
Mas tempo algum da vida, que me coube,
Cabe dentro da escrita
Senão de imaginá-lo.
Talvez outros no verso mo vislumbrem,
Qual silhueta em quadro abstracionista,
Ou como marca em copo
Saudoso de cicuta.
Mas, ao escrevê-lo, pouco mais que o tempo
Gasto, para o deter a certo ritmo,
E ao fogo de uma ideia,
Ao verso se incrustou.
Xavier Zarco