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Que ser sagrado
sou eu?
Qual foi o sonho
que não se deu?
Qual a ferida
que sangrou
e não doeu?
Olhos abertos
no fundo do abismo.
O fundo
é como todo
mundo
cego.
O mundo
não tem olhos
para ver
o fundo de mim.
O mundo sabe
o ser sagrado
que sou
e o vice
não versa.
Esses versos
não são
qualquer conversa.
Eu exijo
do universo
o inverso
em verso.
Esses versos
são
de dentro
de mim
mas
ainda
não é
o fim.
Agora,
no mundo de fora,
jesus me olha,
pintado,
pendurado na janela
do ateliê
de um artista anônimo.
A lua,
como não pudera faltar
nas noites
delirantes
dentro e fora de mim,
abre um largo sorriso,
nova.
Acha graça do poeta
de bicicleta.
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