Poemas : 

As bicicletas de Beleléu

 
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Que ser sagrado
sou eu?
Qual foi o sonho
que não se deu?
Qual a ferida
que sangrou
e não doeu?

Olhos abertos
no fundo do abismo.
O fundo
é como todo
mundo
cego.

O mundo
não tem olhos
para ver
o fundo de mim.

O mundo sabe
o ser sagrado
que sou
e o vice
não versa.

Esses versos
não são
qualquer conversa.

Eu exijo
do universo
o inverso
em verso.

Esses versos
são
de dentro
de mim
mas
ainda
não é
o fim.

Agora,
no mundo de fora,
jesus me olha,
pintado,
pendurado na janela
do ateliê
de um artista anônimo.

A lua,
como não pudera faltar
nas noites
delirantes
dentro e fora de mim,
abre um largo sorriso,
nova.
Acha graça do poeta
de bicicleta.

.

 
Autor
thiagodebarros
 
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