Seus olhos saciaram as nuvens e regozijaram estrelas entre as rajadas de ar e calor que circularam o ar pela escuridão. Sempre seu olhar desvia-se das paredes das casas deixando-me entalado nos tubos, desperdiçando dentifrício. Fugindo na noite do tempo, também sinto que algo nos une, nossas próprias almas, a bebida, sorrisos devolvidos e a visão do luar compartilhada com crocodilos do Nilo.
Considero-me curioso, ansioso para ver tudo antes, mesmo que furtivamente, mas essa chuva lava apenas os pés descalços. Se bem que a lua nova dobra joelhos e pisca entre as ramas, mas foi só luz e sombras só, ainda que sinta sua fragrância no quarto mesmo depois que tirou seu vestido. Com tantos estímulos sensoriais dessa envergadura. vou dançar no escuro sozinho, deixar a noite esquentar com a ternura de dropes de hortelã embrulhados um a um. Aproveitar e ter sonhos sem nuvens, sem estresses nas tardes de verão refletidas nos para brisas dos coletivos vermelhos de dois andares.
Talvez, se realizados os planos, o resultado poderá transcender os sonhos de alguém, mas nunca deixará de beirar as raias do non sense engavetado. Para que eu mereça, para que seja digno de tudo o que mais consta, deixe que seja primavera em julho, mesmo que de repente, descubra que tudo que era ficção em textos desconstruídos de um poeta fora de seu juízo perfeito que ainda não perdeu a vontade de escrever.