É verdade que ando meio trôpego,
Mas dispenso o auxílio da bengala,
Cheguei ao mundo nu, sem nada,
Não há razão para ser meio lôbrego.
Devagar vou singrando meu destino,
A idade é um presente terno da vida
Que o tempo tece de forma urdida
Como medida dos anos sem arrimo.
Rugas, cabelos grisalhos... são enfeites
Que me adornam e servem de deleite
Ao anfiteatro da imensidão mundana...
Mesmo idoso tenho o que aprender,
O que guardo no íntimo é o dever
Que o próximo de mim deveras reclama!