Dilacera-nos a dor das cicatrizes!
Ao perdermos uma esperança temos outra,
perdemos a essência das raizes
criamos pela Vida uma crosta!
Erguemos ódios, ráivas que bradamos,
somos atingidos, feridos pelas setas,
das coisas que sentimos e calamos
guardadas em versos de Poetas!
Tecemos orações, cantamos Fados,
vivemos das agruras e sem tino,
somos quadros pelo sangue mal-pintados!
E a Eternidade que nos parece tão impossível,
é Esperança que nos deixa sem destino,
mata a Vida, castra a Alma, parece inatingível ...
Ricardo Louro
em Cascais
Ricardo Maria Louro