Ainda sim é fogo que arde como dizem
Em que o alento de sua lenha é perdido,
E passa a viver só da força do seu ardor
O amor que não é mais correspondido.
Que busca forças não se deixando apagar
E vai queimando, ele sozinho persistente.
Que não encontra o que o mantinha aceso
E vai teimando por sua lenha inexistente.
Mas como todo fogo precisa de sua lenha
Também o amor de um ao outro se sentir,
Ninguém pode evitar que o tempo venha
E que um sem o outro conseguiria resistir
Pois sem amor não há amor que se mantenha
Que com o tempo também deixará de existir.
Referência a Luís Vaz Camões