Poemas : 

Da verdade real

 



Apesar de tudo, nunca mais ouvi o cantor
entoar como antes as canções da coroa.
Obscuro e vago, passos surdos no corredor
aproximavam-se suspensos saindo da garoa.

Já ouvira tantas canções de ninar estranhos,
nos versos subjetivos da burla ali tão venal.
Não revelarei a quanto montam meus ganhos
mais líricas soam palavras grafadas no plural.

Aproximando-se da plataforma mau iluminada
último trem partindo, desfolha um malmequer,
desenha gráficos de barras debaixo da sacada

Nunca, jamais deverá ser único objetivo do poeta,
obrar, a buscar a verdade real ao custo qualquer,
nem nu, percorrer areias fingindo ser anacoreta.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
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