" Ó SIMÃO MAGO, ó míseros sequazes
Por quem de Deus os dons só prometidos
A virtude, em rapina contumazes,
Por ouro e prata estão prostituídos!
Por vós tange ora a tuba sonorosa:
Jazeis na tércia cava subvertidos.
A Divina Comédia - Inferno - canto xix
Deixe as paixões atormentadas que transformam em servos; vorazes
dos regalos enganosos, os medíocres arrogantes que buscam lauréis.
Acolha com serenidade os acordes da lira da retas-atitudes, audazes;
aparte do rol o enxame dos cínicos, [da perfídia] renomados bacharéis.
Não anele apenas amealhar riquezas [d’ouro], os meros bens-materiais,
somente atulhar farta a nave d’alma com a mirra, paládio e os brocados.
Suponha então, ao menos consagrar nas aras sublimes das virtudes reais
o destino esboçado [- posto tido inexorável -]. fluxos a serem moldados.
Cada fadário, se implacável, das atitudes flexíveis, é o reflexo tangível,
aspiração íntegra modela-se às virtudes, anelo austero anui perceptível;
imaginário seria supor inexistir qualquer que pudesse [não] ser esculpido.
Na lira dos reais-valores, jamais soarão acordes de transversas atitudes;
nenhum destino restará inabalável da lídima pratica das táteis virtudes,
posturas genuínas, inflexíveis, prevalecerão sobre qualquer vício temido.