Poemas : 

ilusão

 
Como se a vida não fosse complicada a suficiente apareceste tu, no teu cavalo branco ilusório de uma beleza tão disfarçada que transcende a imaginação. Nos teus olhos perco sentido da rotação, e nos teus braços sonho encontrar o lar que nunca senti ter. Suspeito estar subterrada em sentimentos sem sentido assim como texto que guia o meu fado. Maldito destino que me levou a ti, bendito o tempo que me dedicaste embora partilhado com quem vejo e não conheço. Com quem luto sem ter hipótese de vencer.

Tem alturas que duvido dos sentimentos que carrego em relação ao mundo. Pergunto o porquê? Não é justo, o meu destino é injusto com a injustiça da minha vida. Eu sei que a vida é injusta, mas é injusto a quantidade de injustiça presente na minha triste sorte. Continuo a carregar o peso do passado que nem passado é pois arrastasse até ao futuro. Quando finalmente penso ter encontrado o meu final feliz, mais uma reviravolta e mais uma batalha injusta para quem já nem se aguenta nos próprios joelhos. De tanto lutar contra o mundo luto contra mim, contra tudo e refugio-me em “todos” quando o “todos” se torna num.

Injustiça das injustiças é quando se ama e mais uma vez dói, quando se encontra a alma gémea e ela está ao mesmo tempo longe e perto. Sem saber em qual sentido, ou melhor em quais dos sentidos é ocupado o lugar.

 
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Saroscas
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