Crónicas : 

PEDACOS DE MIM

 
PEDACOS DE MIM
 
PEDAÇOS DE MIM

O tempo vai passando e corre de uma forma absoluta. Quando percebemos, aquela flor nasceu, aquele menino cresceu, aquele momento se foi.

Penso que talvez seja por isso que eu queira fotografar tanto! Para que os momentos sejam eternos e fiquem estampados em algum lugar, alem da memoria.

Certas dores que temos sao insuportaveis. E quando passamos por elas, a unica coisa que conseguimos pensar eh que elas passaram, mas dentro de nos ficou uma cicatriz eterna.

As vezes me sinto como Alberto Caieiros, cheia de duvidas, e essas duvidas me colocam em sincronia com a vida e o mundo.

Tem um trecho de uma das poesias de Caieiros assim:

=========
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
=========

Lembro-me que na Faculdade eu lia muitas vezes essa poesia inteira, mas parava nesse trecho pensando quanta verdade existia nele.

Sinto-me indo pela vida com minha bagagem, (as vezes leve, outras vezes pesada). Trocando de almas, mudando, estranhando-me, e sempre inacabada.

Alias, lembrando da Faculdade agora, me deu saudade quando no intervalo, eu sentava numa pracinha com meu amigo Luciano (amigos inseparaveis) e ficavamos a declamar Fernando Pessoa, e a discutir seus heteronimos. Ele gostava de Ricardo Reis, que era um expectador do mundo, que nao se envolvia muito sentimentalmente com nada. E eu, como sempre fui uma sentimental de "carteirinha", ficava a discutir com ele os defeitos de Ricardo Reis...risos... Saudade de voce meu amigo Luciano....

Uma coisa "sinequanon" para mim sao meus amigos. Atraves deles eu me encontro, como se fosse um ponto de partida. Sao responsaveis pelas minhas mudancas, e pelos meus projetos inacabados. Eles me dao forcas para passar por momentos dificeis, e tambem estao comigo para celebrar minha felicidade.

Todos os dias agradeco aos meus amigos. Rezo por eles. Peco que Deus os proteja, porque eles sao parte de minha vida, e atraves deles eu me descubro.

Sempre quando vou ao trabalho, vou dirigindo e conversando com Deus. Com ele eu discuto, argumento, peco perdao, agradeco.

Um dia desses uma amiga me disse: "Eu vi voce dirigindo e parecia que estava conversando com alguem no carro, mas nao vi ninguem ao seu lado".
Eu disse: "Eu estava conversando com Deus".
Ela virou e disse: "Nao é a toa que eu nao vi ninguem"... (Risos).

*Mary Fioratti*

PS: Perdoem a falta de alguns acento, meu teclado nao tem e as vezes nao tenho paciencia de copiar e colar acentos...






 
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MaryFioratti
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/08/2014 02:28  Atualizado: 01/08/2014 02:28
 Re: PEDACOS DE MIM
Muitas das vezes a gigantesca esfinge é feita de estilhaços.

Enviado por Tópico
Manufernandes
Publicado: 01/08/2014 09:33  Atualizado: 01/08/2014 09:33
Colaborador
Usuário desde: 09/12/2013
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3827
 Re: PEDACOS DE MIM
Não vou comentar o começo por ser "desnecessário" de tão duro.
Gostei de ler todo o texto mas para não alongar demasiado
Vou até ao humor final,"Nao é a toa que eu nao vi ninguem"
e fez-me recordar o seguinte:
-Um italiano, num supermercado, usando o bluetooth
para falar ao telemóvel.
Ele, entre prateleiras, a gesticular e a falar alto
mais parecia um simio falante numa jaula. rsrs
Abraço
manu