Se há pecado no amor,
É fazer o homem amar como criança
Estufar o peito e brincar de ser forte
Para fazê-lo levar um corte,
Que nem sequer leva pontos e sangra no invisível
Decretar a morte do Pequeno invencível
E já morta é um fantasma infantil num mundo de adultos
Que como fantasma chama os homens de vultos
Se há pecado no amor,
É fazer o homem amar como criança
Para depois partir pelo desavisado capricho
Dar adeus com a covardia de um cochicho
E o homem-menino, nu de si mesmo, nascendo do lixo
Fingindo ser grande, engrossando a voz, vivendo um clichê
Velando em pequeno caixão o que não pode entender
Caminhando como o Homem que precisa crescer.