INCUNÁBULO
Autor: Carlos Henrique Rangel
Aqui estou eu
E sinto seu olhar
Como de um marinheiro
A uma âncora
Ou como um curioso
A um troféu
De alguém que não se sabe.
Sou novidade...
No mínimo curiosa coisa de olhar...
Não te desperto desejo
Muito menos amor.
Aqui estou eu
Esse incunábulo carcomido
Cheio de gravuras
A um passo do seu olhar.
Sei meu limite nessa relação.
Sou de outro mundo...
Resquício de um tempo
Que se foi...
No entanto, desejo esse salva-vidas.
Essa juventude cheia de sins e nãos
Inconformada com o que vai conformar.
Sou só objeto de olhar
E sinto seu olhar
A segundos de um beijo
Que não acontecerá.