Podia falar de tudo
podia falar de nada
olhando para ti.
Podíamos ser dois em um,
multi funcionais,
fugindo ás trivialidades,
carinhos e amassos,
seriam apenas preliminares.
Poderias ser a Cinderela
e eu o príncipe encantado,
tu a bela
e eu o monstro,
como nos filmes de criança,
ou então dança
e mata-me levemente
com beijos suaves,
deixa os entraves de lado
e canta-me um fado
doce como um rebuçado.
Fala-me mansinho
ao ouvido
e derrete-me por dentro,
que eu deixo a porta aberta,
fecho as cortinas
e apago a luz.
Procura-me nas esquinas
das ruas,
nas fases da lua,
procura-me até me encontrares
e gostares.
Não te arrependas
e vem
desvendar mistérios,
ver os prédios crescer,
fazemos faisca,
magia se for preciso.
Procura-me nos jardins
sem fim,
tipo labirinto,
que eu digo-te o que sinto,
não minto
e confesso
deixo-te o mundo do avesso,
com um sorriso travesso
incendeio-te a paixão,
deixo-te perdida
a deriva
conquistando-te o coração.
Nascimento