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Nuvem sorrateira

 
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A nuvem vem
e assim pousa,
sem licença
sob a cabeça

A nuvem vem
e não há chuva
sem lágrima
sob a retina

A nuvem vem
e faceira pousa,
sem eira nem beira
sob a boca cerrada

A nuvem vem
e não arreda
sem pausa
sob a mente cansada

A nuvem vem
e não se afasta
sem trégua
sob a face vencida

Afinal,
que nuvem é essa?
que me faz cansar à beça
que me faz rodar a cabeça

AjAraujo, o poeta humanista, desabafo em um período de turbulências, escrito em 26-maio-2014.

Imagem: Nuvens lenticulares
 
Autor
AjAraujo
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